Bolsas, um exitoso instrumento de cooperação a favor do conhecimento científico

As bolsas do projeto Campus Ibero-América melhoraram a qualidade das instituições de educação superior e incrementaram as capacidades de estudantes, pessoal docente e pesquisadores. Por isso, há de se seguir apoiando a mobilidade, diz José Antonio Sanahuja, diretor de Fundação Carolina

A cooperação no campo universitário e da pesquisa resultam de vital

importância para desenvolver conhecimento especializado nos mais diversos âmbitos, o que, por sua vez, contribui a gerar valor social e inovação para cada sociedade e seus territórios.

Por isso, o programa de bolsas da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) – Fundação Carolina, desenvolve-se em um espaço ibero-americano onde “o intercâmbio, a gestão e a criação compartilhada de conhecimento provaram a enorme importância na melhora da qualidade das instituições de educação superior e no incremento de capacidades de seus estudantes, do pessoal docente e pesquisador”, explica José Antonio Sanahuja, diretor da Fundação Carolina.

As bolsas SEGIB – Fundação Carolina inscrevem-se no Campus Ibero-América, o projeto ibero-americano que impulsiona a mobilidade de estudantes, pesquisadores/as e trabalhadores/as entre os 22 países da Ibero-América, com o fim de que possam ampliar estudos, pesquisar e/ou realizar práticas laborais em outros países da região.

 

Como a COVID-19 afeta a mobilidade acadêmica

Nestes momentos, a mobilidade acadêmica internacional “se encontra claramente afetada por uma situação mundial inédita, complexa e cambiante, e todos os organismos nela implicados, como a Fundação Carolina, nos encontramos em meio a uma notável incerteza”, remarca Sanahuja.

Apesar disso, e graças ao fato de os e as estudantes internacionais estarem contemplados na normativa espanhola e da União Europeia (UE) como exceção para ingressar ao espaço europeu, a Fundação Carolina, em consulta com a Conferência de Reitores das Universidades Espanholas, CRUE-Universidades, tomou a decisão de seguir adiante com sua atividade acadêmica.

O diretor da Fundação Carolina explica que, no caso da Espanha, estas atividades foram adaptadas às circunstâncias e às necessidades das pessoas beneficiárias das

bolsas, segundo as diretrizes das universidades e das autoridades sanitárias de cada comunidade autônoma.

Por sua vez, Sanahuja propõe que “a mobilidade acadêmica deve seguir apostando

pela Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento sustentável, seu roteiro, e neste sentido, a cooperação em conhecimento e pesquisa deve se situar como um elemento crucial”.

 

Desafios

“Na atual situação, devemos manter e promover iniciativas como o programa de bolsas SEGIB – Fundação Carolina, porque se trata de um instrumento insubstituível de cooperação avançada no marco do Espaço Ibero-americano de Conhecimento.

Por isso, Sanahuja advoga por afrontar o desafio de “continuar oferecendo oportunidades que impulsionem o desenvolvimento da região através de seus programas, porque constitui uma ferramenta muito potente para contribuir à criação de uma cidadania global comprometida, capaz de afrontar os desafios do mundo pós-pandemia”.

“Hoje, mais do que nunca, é quando se reivindica um tipo de cooperação acadêmica que tenha em conta o valor social, baseado no impacto da ação de cooperação no território, no fortalecimento da institucionalidade nos países de origem das pessoas bolsistas, e que ponha o ênfase nas desigualdades sociais”, afirma.

E completa: “Por exemplo, este programa pretende afrontar as conhecidas brechas de gênero que ainda existem em áreas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), nas quais a presença de mulheres é menor”.

 

As bolsas SEGIB – Fundação Carolina: o quê ter em conta

Ao menos 80% das bolsas são adjudicadas a projetos de pesquisa para residentes na América Latina a fim de que desenvolvam estâncias de pesquisa na Espanha.

20% restantes são outorgados a projetos de pesquisa de pessoas residentes na Espanha para realizar estâncias na América Latina. 

60% das bolsas são adjudicadas a projetos de pesquisa em disciplinas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemáticas).

Entre as bolsas adjudicadas a disciplinas STEM, ao menos 60% são destinadas a pesquisadoras

 

Conheça algumas histórias de pesquisadoras das bolsas do campus universitário.
 

DADOS da Convocatória 2019 – 2020:

 

987 solicitações

67 bolsas

42 bolsas para mulheres

25 bolsas para homens

58 bolsas para estudantes da América Latina

9 bolsas para estudantes da Espanha

 

DADOS da Convocatória 2020 – 2021

 

854 solicitações

100 bolsas

63 bolsas para mulheres

37 bolsas para homens

86 bolsas para estudantes da América Latina

14 bolsas para estudantes da Espanha

 

Fuente: Fundação Carolina