Como reativar a economia através da transformação digital das P&MES

A digitalização tem um duplo desafio na Ibero-América: por um lado, que as empresas possam se beneficiar de suas vantagens e, por outro, reduzir as brechas tecnológicas entre elas. Apresentamos alguns exemplos de como os países da região estão fazendo isso.

Como reativar a economia através da transformação digital das P&MES

A transformação digital das Pequenas e Médias Empresas (P&MES) é uma aposta  dos países ibero-americanos orientada a melhorar a produtividade e a competitividade do setor privado.

Nessa linha, com financiamento do Fundo de Cooperação do Governo do Chile, a Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) leva adiante um estudo para analisar as políticas de transformação digital das P&MES na Ibero-América.

“Pensar nas P&MES é acompanhá-las com políticas ativas de transformação para digitalizar os processos produtivos, a gestão operativa e a criação de novos negócios online”, diz Esteban Campero, coordenador de P&MES e empreendedores da SEGIB.

“Sem políticas ativas que garantam acesso, formação e financiamento, a tecnologia digital pode aumentar as brechas de produtividade”, esclarece.

“Para a análise, projetamos uma matriz de indicadores para fazer políticas comparadas, conhecer o alcance das iniciativas, os tipos de serviços que aportam e a participação do setor privado no projeto, entre outras prestações”, explica Campero.

O projeto espera utilizar esta matriz para estender a pesquisa aos demais países da região, com o fim de aportar instrumentos que sirvam para o projeto e a melhora de políticas, para ter mais e melhores empresas ibero-americanas que respondam ao novo paradigma tecno-econômico e que impulsionem o desenvolvimento sustentável.

 

Políticas de transformação digital

O estudo  apresenta casos de países que, desde faz alguns anos, estão implementando estratégias de desenvolvimento ancoradas nas novas formas de produção e conformando, para isso, um sólido entorno de articulação público-privada.

No espaço ibero-americano, destacam os casos da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México e Portugal.

Com maior ou menor intensidade, estes países empreenderam ações destinadas a promover a transformação digital de suas P&MES.

O Chile conta com várias iniciativas deste tipo. Um exemplo é Digitaliza tu PYME, que é referência na região e é liderada pela Subsecretaria de Economia e Empresas de menor tamanho do Chile, dependente do Ministério de Economia, Fomento e Turismo.

Por sua parte, a Espanha lançou o projeto Indústria Conectada 4.0, liderado pela Secretaria Geral de Indústria e da Pequena e  Média Empresa, sob o resguardo do Ministério de Indústria, Comércio e Turismo.

 

Boas práticas: o caso da Coréia do Sul

Com o apoio da Agência de Cooperação Internacional da Coréia (KSP), a SEGIB elaborou um relatório sobre a digitalização das P&MES ibero-americanas, pondo o foco em algumas economias da região como a Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, México e Portugal.

Este novo reporte faz recomendações a partir da experiência coreana, conhecida internacionalmente como um caso de êxito de transformação digital do tecido produtivo P&ME.

A Coréia é um país observador da SEGIB e, neste caso, se comprometeu no desenvolvimento de um projeto para compartilhar boas práticas.

 

Outras iniciativas

A transformação digital das P&MES também é uma oportunidade para somar valor à aceleração do setor.

Por isso, a SEGIB junto com o Conselho de Empresários Ibero-americanos (CEIB) e a Federação Ibero-americana de Jovens Empresários (FIJE) organizaram a 17 e 18 de novembro o foro virtual “A transformação digital, um novo cenário de futuro na Ibero-América”.

O encontro abordou as estratégias de governo para a transformação digital da produção, a Indústria 4.0 e a manufatura do futuro, assim como as multilatinas digitais.

Além disso, houve um capítulo especial dedicado à maneira em que as empresas centro-americanas afrontam a transformação digital como uma resposta à crise da COVID-19.

 

 

 

“Não só existe o espaço para que as P&mes alcancem com êxito a transformação digital, senão também, é um imperativo nos tempos que correm. A pandemia mudou nossa forma de viver e de nos relacionarmos, pelo quê, muitas das empresas que sobreviveram a esta crise sanitária devem isso à sua adaptação e incorporação de tecnologia.

“Assim também creio que pode ocorrer na transferência. Apesar de a maior parte do I+D gerado em universidades e centros de pesquisa ser transferida às P&mes de base científica-tecnológica, através de contratos tecnológicos ou licenças, já são várias e em diversos âmbitos, as que desenvolvem seu próprio I+D e que o transpassam à indústria, além disso existem diversas iniciativas no país, de fato, nós participamos em uma denominada “Hub Pyme” que busca aproximar a pesquisa desenvolvida nas universidades às P&mes”.

Varinka Farren

Diretora Executiva APTA HUB – Chile