Cinco chaves para empresas e trabalhadores na economia pós-COVID

A era pós pandemia estará marcada pela digitalização, pela busca da eficiência e pela produtividade. Quais são as chaves para que empresas e trabalhadores possam navegar o futuro pós-COVID?

Cinco chaves para empresas e trabalhadores na economia pós-COVID

A crise derivada da COVID deixou a descoberto, com toda sua dureza, as debilidades estruturais do setor produtivo na Ibero-América, mas também mostrou o potencial de adaptação de empresas e trabalhadores. Hoje, quando começam a se ver alguns signos de recuperação, quais são as chaves para que empresas e trabalhadores/as possam navegar na era pós-COVID?

A transformação digital a grande escala na etapa pós-COVID poderia assentar as bases para uma recuperação mais sólida, conclui o relatório “Perspectivas econômicas da América Latina” (LEO 2020 por suas siglas em inglês), uma análise conjunta da OCDE, da CEPAL e da União Europeia.

A luz no fim do túnel poderia vir da digitalização que significou um salva-vidas para muitas empresas e impediu uma maior destruição de emprego.

 Cinco tendências de um futuro que já chegou

Junto à digitalização, a crise trouxe mudanças que impactarão na produção, no comércio e no emprego em um horizonte pós pandemia. O desafio para empresas e trabalhadores será “navegar” em um futuro que, neste preciso momento, está em construção. Quais são essas mudanças e desafios por vir? O relatório “Setores e empresas frente à COVID-19” da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) oferece algumas pistas.

Novos modelos de negócio. Novas e mais eficientes formas de produção e comercialização requererão de uma grande dose de inovação empresarial e identificar rapidamente as mudanças nas preferências dos consumidores. Segundo a CEPAL, o conceito de “segurança sanitária” pode se converter em um fator importante de diferenciação no projeto de novos produtos e serviços.

Maior digitalização de processos internos. O uso de tecnologias digitais em processos de gestão interna, relações com clientes e fornecedores aprofundar-se-á na era pós pandemia. À digitalização que começou nas operações de promoção, venda e distribuição será seguida com a incorporação de tecnologias mais avançadas como o big data, inteligência artificial, robótica, realidade virtual, a Internet das coisas, block chains, por mencionar algumas.

Busca de maior eficiência e produtividade. Os custos fixos das empresas aumentam perante a queda da demanda e os novos investimentos que tiveram de ser acometidos para a adaptação de seus espaços e a transição a modelos de teletrabalho. As políticas públicas de estímulo empresarial serão cruciais para a transformação da matriz produtiva a bens e serviços com mais valor acrescentado.

Futuro do trabalho: competências digitais e automatização. A transformação digital pode ajudar a melhorar a qualidade do emprego e das competências, por exemplo, ao automatizar tarefas perigosas ou repetitivas. No entanto, existe um alto risco de acentuar as desigualdades e criar um choque no mercado laboral para os trabalhadores sem competências digitais e empresas que não consigam acometer o salto digital.

16% dos empregos da América Latina e o Caribe apresentam um alto risco de automatização, segundo estimações da CEPAL

Integração produtiva local e regional. As rupturas nas redes internacionais de subministro por falta de insumos, partes e componentes provenientes da Ásia poderiam provocar o translado de operações de grandes multinacionais a seus países de origem (reshoring) ou a destinos próximos (nearshoring) em indústrias estratégicas. Isto geraria novas oportunidades para a produção nacional ou regional, assim como mecanismos de integração produtiva regional liderados por países com maior capacidade industrial na região.

Recuperação para um novo começo

Toda crise esconde uma oportunidade. No caso da Ibero-América, o caminho da recuperação deve ajudar a corrigir as debilidades estruturais e assentar bases mais sólidas para novo modelo de desenvolvimento. Isso dependerá, em boa medida, da política pública, mas também da transformação e capacidade de adaptação das empresas e trabalhadores.

Resiliência, adaptação, capacidade de antecipar as mudanças que vêm. Disto nos falam precisamente os protagonistas deste novo capítulo da série de podcast Somos Ibero-América. Pablo Adrián Hardy, responsável de economia e empresas na Secretaria-Geral Ibero-americana, Natalia Bayona da Organização Mundial do Turismo e Beatriz Jacoste, diretora de KM Zero Inovation Hub compartilham algumas chaves para “aprender a esquivar o que é imprevisível” e navegar em um futuro que está às portas.

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