A Ibero-América conta com grande diversidade geográfica, climática e socioeconômica, ao mesmo tempo que afronta prioridades e desafios comuns quanto à proteção do meio ambiente. Isto converte a nossa região em um espaço privilegiado para criar e articular redes setoriais que fomentem a colaboração institucional em âmbitos como meteorologia, água e luta contra a mudança climática, que afetam a vida cotidiana, a segurança e o bem-estar da população.
A Comunidade Ibero-americana conseguiu aproveitar seu potencial para o trabalho coletivo e a colaboração interinstitucional e conta hoje com três redes ambientais de cooperação consolidadas, com uma experiência de quase 20 anos e que são referência a nível internacional.
A Conferência de Diretores dos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Ibero-americanos (CIMHET), a Conferência de Diretores Ibero-americanos da Água (CODIA) e a Rede Ibero-americana de Escritórios de Mudança climática (RIOCC) percorreram um longo caminho de aprendizado que faz progredir e fortalece seus membros.
A importância de trabalhar em rede
Nossas três redes nasceram para promover um foro regional de cooperação que permitisse abordar, desde diferentes pontos de vista e experiências, questões de interesse nos âmbitos de meteorologia, água e mudança climática.
Com o tempo conformamos um marco de trabalho que permitiu melhorar as capacidades institucionais, técnicas e operativas em cada matéria, cooperar com outros organismos e programas, fomentar o intercâmbio de experiências e trabalhar para elevar as prioridades destes âmbitos nas agendas políticas ao mais alto nível.
É um trabalho contínuo com múltiplas atividades e projetos, e que, além disso, evolui baseado nas prioridades que os nossos países identificam.
Desde as Secretarias Técnicas Permanentes, contidas no Ministério para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico da Espanha, em concreto, a Agência Estatal de Meteorologia (CIMHET), a Direção Geral da Água (CODIA) e o Escritório Espanhola de Mudança Climática (RIOCC), são articulados os planos e programas de trabalho das redes e se fomenta conectar com outras instituições para maximizar o impacto.
Perante a robusta relação e sinergias existentes entre os setores que abrangem as três redes, desde 2016 estas vêm fortalecendo seu trabalho comum, desenvolvendo atividades para a identificação de prioridades conjuntas, através de espaços intersetoriais, assim como atividades de capacitação técnica e projetos regionais, em particular sobre gestão de fenômenos hidro meteorológicos extremos e medidas de adaptação à mudança climática com ênfase no setor dos recursos hídricos e outros setores relacionados.
Estas atividades e projetos respondem, além disso, ao peso que nossos âmbitos de atuação têm na maioria das Contribuições Determinadas a nível Nacional (NDC por suas siglas em inglês) ao Acordo de Paris dos países da região apoiando, portanto, os objetivos e prioridades recolhidos em tais contribuições.
Prioridades e linhas de ação
As atividades que estão sendo realizadas pelas nossas redes meio ambientais contribuem significativamente à articulação da Agenda Meio Ambiental Ibero-americana, impulsionada na X Conferência Ibero-americana de Ministros e Ministras de Meio Ambiente.
Esta Agenda afiança as alianças estratégicas com organismos e redes que já estão em funcionamento na Ibero-América, contribuindo a reforçar a dimensão ambiental na cooperação ibero-americana para fazer frente aos desafios globais.
Neste momento decisivo, nossas prioridades são:
- Trabalhar integrada e intersetorialmente, aproveitando as sinergias existentes para desenvolver políticas e serviços de meteorologia, mudança climática e água.
- Reforçar a coordenação nacional e regional para enfrentar integralmente a prevenção, vigilância e efeitos de fenômenos hidro meteorológicos extremos.
- Reforçar da observação sistemática do clima, assegurando a sustentabilidade das redes de observação hidro meteorológicas
- Reforçar o trabalho conjunto dos sistemas hidrológicos, meteorológicos e climáticos e da informação que estes geram para os diferentes usuários interessados.
- Avaliar os impactos da mudança climática sobre os recursos hídricos e a identificação de medidas de adaptação
- Identificar indicadores que reflitam a evolução e tendências dos impactos, vulnerabilidade e adaptação referentes a riscos hidro meteorológicos
Nossas linhas de ação para responder a estas prioridades são:
- A geração de cenários de mudança climática regionalizados
- A criação de Centros Regionais Virtuais de Avisos de Fenômenos Hidro meteorológicos adversos.
- A geração de marcos regionais, através dos organismos regionais já existentes, para o desenvolvimento de ferramentas e indicadores que permitam avaliar os impactos da mudança climática e as medidas de adaptação.
- A avaliação econômica dos impactos e das medidas de adaptação para a conscientização e orientação dos/das tomadores de decisão.
- A análise das normativas vigentes para a gestão de eventos hidro meteorológicos e planificação dos recursos hídricos e a consideração da mudança climática nas mesmas.
- O fortalecimento dos Serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais para uma melhor prestação de serviços aos usuários
- O desenvolvimento de um plano de capacitação a nível regional para a integração da adaptação na gestão do risco, onde se viam envolvidas em conjunto as três redes.