A recuperação da crise gerada pela pandemia vai requerer grandes doses de inovação desde os governos, empresas, empreendedores, organizações civis, universidades e um longo etecetera. A Ibero-América é uma região inovadora?
Nenhum país ibero-americano se encontra entre as 25 economias que lideram o Índice Mundial de Inovação 2021 da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, a qual analisa o rendimento do ecossistema de inovação de 132 economias a nível mundial.
Países mais inovadores da América Latina
O Chile (53º), o México (55º), a Costa Rica (56º), o Brasil (57º) e o Uruguai (44º) são as economias mais inovadoras na América Latina, mas nenhum país da região se encontra entre os 50 primeiros postos mundiais deste ranking encabeçado pela Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido e a República da Coréia.
Exceto o México, ao longo dos últimos anos, nenhum país latino-americano escalou posições no índice de inovação que avalia 81 indicadores em áreas como inovação institucional, capital humano e pesquisa, infraestrutura, desenvolvimento do mercado, desenvolvimento empresarial, produção de conhecimentos e tecnologia e produtos criativos.
E se cruzamos o Atlântico, Espanha e Portugal ocupam a posição 30 e 31 respectivamente, apesar de estar dentro da classificação de países de ingresso alto e de pertencer à Europa, a segunda região mais inovadora do mundo, só por trás da América do Norte.
O que nos indicam estes dados? Escalar a inovação e convertê-la em resultados em termos de produtividade e valor acrescentado é uma das grandes matérias pendentes dos países ibero-americanos, inclusive para economias que se encontram no mundo desenvolvido, como a Espanha e Portugal.
O gargalo costuma estar em algo que os especialistas chamam “difusão da inovação” e que consiste em que uma inovação que inicia a pequena escala, por exemplo, quando uma empresa aplica uma tecnologia inovadora que ela mesma desenvolveu, consegue permear em toda a economia.
Inovação e recuperação
É falso que a inovação esteja reservada só às grandes economias e a países desenvolvidos. Ideias inovadoras, talento e criatividade há em todo o mundo, mas não em todos os países existem as melhores condições para que estas ideias possam se desenvolver e gerar resultados que impactam e transformam as economias.
A inovação é transformadora quando se aplica e se traduz em resultados que permeiam na economia e na sociedade
O que os países líderes em inovação fazem de forma correta? As economias que ascenderam constantemente na classificação do Índice Mundial durante os últimos dez anos contam com ecossistemas de inovação dinâmicos que são capazes de traduzir em resultados os recursos de inovação como I+D, educação e infraestruturas e instituições sólidas que apoiem as atividades inovadoras) em resultados de inovação.
A inovação, a todos os níveis, é uma ferramenta crucial na recuperação e em um novo futuro pós pandemia. Quanto maior é a inovação, maior a produção de bens e serviços e, portanto, maior o crescimento econômico e o desenvolvimento.
A inovação é crucial para superar desafios futuros e construir um melhor futuro. “É importante aproveitar plenamente o potencial da inovação para forjar uma recuperação homogênea, dinâmica e sustentável”, conclui a OMPI ao avaliar os resultados do índice que foi realizado em meio a uma crise sem precedentes.