Enquanto a maioria das cidades ibero-americanas concentraram seus esforços em controlar o aumento de contágios por Coronavírus, algumas já estão focadas em iniciar a recuperação da crise, sem descuidar a vigilância dos surtos.
Segundo a Secretaria-Geral da União de Cidades Capitais Ibero-americanas (UCCI), a recuperação do impacto sanitário e socioeconômico que a pandemia da COVID-19 teve, é uma etapa chave.
“Se algo nos ensinou a pandemia é que a heterogeneidade das ações das cidades e seus efeitos tiveram uma relação direta com os tempos de ação implementados”, dizem desde a UCCI.
“A diferença principal foi visualizada, talvez, na rapidez de aplicação das atuações ou políticas, demonstrando-se que ali onde se atuava com maior rapidez se obtinham melhores resultados”.
Se algo nos ensinou a pandemia é que a heterogeneidade das ações das cidades e seus efeitos tiveram uma relação direta com os tempos de ação implementados
A UCCI põe como exemplo as campanhas de informação pública iniciadas desde os governos locais e destinadas à cidadania, que foram fundamentais e “é onde muitos dos Executivos estão colocando mais ênfase”.
A importância de cooperar
A UCCI é uma associação internacional que agrupa 29 cidades da Ibero-América e fomenta a cooperação técnica municipal entre seus membros em temas como governança, igualdade, território, economia sustentável e cultura, entre outros.
Ainda que os desafios costumem ser de enorme complexidade, a cooperação entre cidades pode ajudar a multiplicar as oportunidades de êxito.
“As cidades já estão fazendo este exercício”, afirmam.
“Por exemplo, incrementando o diálogo público-privado e avançando rumo a uma transformação digital que se apresenta como um impulso decisivo para encarar novos modelos de aprendizado baseados na inovação e na sustentabilidade, dois elementos que são chave nas cidades do futuro”.
A UCCI diz que as cidades estão fazendo enormes esforços para sair da crise da COVID-19, buscando soluções criativas no âmbito econômico, sanitário ou tecnológico, “três eixos fundamentais pelos quais a Ibero-América já está transitando para afrontar a recuperação com êxito”.
A cidade como protagonista
A pandemia fez com que as cidades do mundo sejam repensadas e foram intercambiadas experiências sobre “como oferecem seus serviços, como planificam seu espaço e como podem retomar o crescimento econômico”, isto segundo as conclusões do relatório “Cities Policy Responses”, publicado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
Já dizia Federico García Blanco, secretário geral da União Ibero-americana de Municipalistas, UIM, em uma coluna para Somos Ibero-América: “A cidade cada vez tomará um rol de maior protagonismo, não só porque várias das regulações vinculadas com a atividade econômica se encontram sob sua jurisdição, senão porque as decisões tomadas desde mais perto das pessoas tendem a ser mais efetivas”.
Por isso se considera de suma importância incrementar o apoio da comunidade internacional e abrir mais espaços para que organizações como a UCCI, a UIM ou o Centro Ibero-americano de Desenvolvimento Estratégico Urbano (CIDEU), entre outras redes regionais, possam desenvolver seu labor.
Ou seja, “espaços onde se fomente o intercâmbio de experiências e conhecimento para que as cidades possam replicar ou adaptar as diferentes respostas a seus territórios”, conclui a UCCI.