Garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizado durante toda a vida é um componente chave para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos na Agenda 2030 das Nações Unidas.
Por isso, e com motivo do dia internacional da alfabetização a 8 de setembro, várias organizações se somaram às celebrações convocadas pela UNESCO para destacar o papel dos docentes e a evolução da pedagogia de alfabetização e letramento para jovens e adultos ao longo da vida.
Desde 2019, os países ibero-americanos trabalharam para definir a estratégia do Plano Ibero-americano de Alfabetização e Aprendizado ao longo da Vida (PIALV), um programa aprovado em 2014 com o impulso da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) e no qual participam os 22 países da região.
“Desta estratégia foi preparado um Plano Operativo Anual (POA), que previsivelmente abrange os anos de 2020-21 e se articula em torno a três eixos centrais: línguas/culturas indígenas, currículo e professorado”, diz Edurne Iñigo, especialista em educação da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), organismo que coordena a Unidade Técnica do programa junto com a SEGIB.
“Para cada um destes eixos, foi articulado um grupo de trabalho/temático para que desenvolvesse as ações e dotasse cada grupo de conteúdo. Cada país podia se aderir ao grupo (ou grupos) de interesse. No entanto, tudo isto mudou por causa da COVID-19”, manifesta Iñigo.
A pandemia abriu novas dificuldades que repercutem no trabalho em educação e seu avanço na região
Oportunidades para toda a vida
O PIALV oferece à população jovem e adulta da Ibero-América oportunidades de aprendizado ao longo da vida, através de uma oferta educativa de qualidade que facilite trajetórias educativas e de formação para atividades produtivas e laborais.
“Para não perder o impulso e contato com os países durante a pandemia, realizamos encontros regionais virtuais com cada um dos grupos. A ideia é abrir espaços de diálogo e discussão entre pares dos ministérios de Educação ibero-americanos”, explica a especialista.
Segundo a UNESCO, no mundo há 773 milhões de pessoas adultas que não sabem ler nem escrever. Delas, duas terceiras partes são mulheres e 4% vive na América Latina.
Mesmo que a Ibero-América tenha conseguido grandes avanços em matéria de educação nos últimos anos, ainda existem desafios pendentes.
“A pandemia abriu novas dificuldades que repercutem no trabalho em educação e seu avanço na região, assim pois, trataremos de adaptar o POA a esta nova realidade e apresentá-lo aos países no Conselho Intergovernamental que se viu adiado pela COVID-19 e que, excepcionalmente, e com muita probabilidade, celebraremos virtualmente nesta ocasião”, conclui Edurne Iñigo.
Não saber ler nem escrever pode afetar as possibilidades de progresso da população, limitar sua participação social e, como consequência, o acesso aos direitos mais básicos das pessoas.
Por isso, numerosas organizações e atores uniram esforços para criar eventos e atividades de reflexão, colaboração e difusão de experiências inovadoras na região.
A continuação os links a algumas delas, disponíveis desde setembro na modalidade virtual: (ESP)