O livro “O homem sem medo. A historia de Sixto Muñoz, o último tinigua”, que resgata esta língua em perigo de extinção na Colômbia, foi apresentado recentemente no Instituto Cervantes de Madri pelo Instituto Caro e Cuervo, um centro colombiano de altos estudos em literatura, filologia e linguística.
A obra dos autores Katherine Bolaños e Ricardo Palacio é a culminação de uma pesquisa biográfica de cinco anos sobre o último falante conhecido da língua tinigua e representante do legado histórico e cultural dessa comunidade indígena.
Este grupo habitava nas planícies do Yarí, no departamento sulista de Caquetá, até aproximadamente a década dos anos quarenta, quando se deslocou à serra da Macarena, no departamento de Meta.
“A história deste grupo, como a de Sixto, esteve marcada pela violência, a pobreza, o esquecimento e o abandono por parte do Estado, assim como pelas perdas”, conta a antropóloga Katherine Bolaños
“Sixto perdeu seus familiares como consequência da guerra e do extermínio de que foram vítimas os tiniguas durante a violência entre liberais e conservadores entre fins da década dos 50 e começos da década dos 60”.
“Poderíamos dizer que o último que lhe resta hoje em dia, para se aferrar à sua identidade e à sua história, é sua língua, que desaparecerá quando ele morrer”, acrescenta Ricardo Palacio, do Instituto Caro e Cuervo.
A obra ilustrada conta com uma edição bilíngue, pelo quê, é um dos poucos exemplos nos que esta língua em perigo de extinção é recolhida de maneira escrita.