Enquanto a saúde se encontra em perigo pela pandemia do Coronavírus (COVID-19), outra grande ameaça avançou em paralelo e a ritmo acelerado: trata-se das notícias falsas ou hoax, conhecidas também como fake news.
A Fundação Gabo, através da Rede Ética Jornalística, define-as como “toda aquela informação fabricada e publicada deliberadamente para enganar e induzir terceiros a crer falsidades ou pôr em dúvida fatos verificáveis”.
Grande parte destes conteúdos se propagam através de bots ou contas falsas nas redes sociais e em web sites não verificados.
Por isso, desde a plataforma online “Em Rede contra a COVID-19” da Rede de Autoridades de Medicamentos da Ibero-América (EAMI), foi oferecida informação útil e verificada para poder identificar notícias falsas e desmistificar aquelas que já se instalaram na sociedade.
Mitos sobre o vírus
Entre os temas mais preocupantes figuram os “mitos sobre o Coronavírus”. A Rede EAMI fez um grande esforço desde o início da pandemia para conseguir identificá-los, explicar porque não são reais e buscar fontes oficiais. Alguns exemplos destes são mostrados a continuação:
Anúncios sobre países que têm a cura para a COVID-19
NÃO. Atualmente não existe evidência científica de que nenhum medicamento seja eficaz para tratar ou prevenir a infeção por Coronavírus (COVID-19). Só recentemente foram anunciadas –e começaram a aplicar, em alguns casos– várias vacinas que, em provas, mostraram ser eficazes contra o vírus, mas a ainda é muito cedo para tirar conclusões.
Os antibióticos são úteis para prevenir e tratar a infeção pelo novo Coronavírus
NÃO. Os antibióticos são eficazes contra as bactérias, mas não contra os vírus. Para mais informação: Tratamentos para o manejo de COVID-19
Como identificar notícias falsas
Para Miriam Forero, editora de Colombiacheck, meio dedicado à verificação de informação, “o objetivo da desinformação é gerar uma resposta emocional. Por isso há de se desconfiar quando as mensagens estão carregadas de insultos e frases de ódio que buscam irritar ou emocionar aqueles que as leem”.
Para saber quando uma informação é falsa, Rede Ética Jornalística propõe seguir estes passos: |
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O impacto das fake news
Na Espanha, por exemplo, 60% da população acredita poder detectar os hoax que chegam pela internet, mas na realidade só 14% os identifica na prática. Isto, segundo dados do Estudo sobre o impacto das Fake News na Espanha, realizado pela empresa de pesquisa de mercado Simple Lógica.
Além disso, 4% dos entrevistados afirma ter criado, alguma vez, uma notícia falsa, ainda que só a metade admite tê-la distribuído.
Alianças contra as fake news
Além da web da Rede EAMI, alguns portais especializados como Chequeado e Colombiacheck, e meios como Animal Político e a Agência AFP, entre outros, realizam verificações de notícias sobre o Coronavírus e advertem quando são falsas.
As atualizações destas e outras fontes podem ser seguidas no Twitter através da Rede Ética Jornalística.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também uniu forças com equipes de comunicações e autoridades nacionais de saúde para criar consciência sobre a desinformação em torno da COVID-19 e alentar as pessoas a ser proativas e denunciar o conteúdo falso ou enganoso em linha, oferecendo uma guia de redes sociais para para ajudar a população a denunciar as notícias falsas.
Além disso, muitas plataformas digitais ou redes sociais como Google, Facebook e Twitter começaram a etiquetar o conteúdo falso como enganoso ou controvertido, e todas elas eliminam as publicações que contravêm os termos de serviço.